quinta-feira, 30 de abril de 2015

30/04 – impossível falar de amanhã sem lembrar de hoje

Na semana em que Roland Ratzenberger pegou a chave do seu apartamento, que diga-se de passagem é o sonho de qualquer um, ele foi para um fim de semana que fazia parte também de seu grande sonho, estar na Formula 1, onde os melhores competem com a mais alta tecnologia que o dinheiro pode lhe dar. Era seu terceiro fim de semana de um contrato de cinco, na primeira corrida, na terra de seu ídolo de quase mesma idade, Ayrton Senna, ele não conseguiu tempo suficiente para largar, na segunda, no Japão onde correu no ano anterior e conhecia a pista um pouco melhor ele largou em 26º, um sonho para o piloto. O próximo Grande Premio era em San Marino, no Autodromo Enzo e Dino Ferrari. Após uma sexta feira com um grave acidente onde Rubens Barrichello acabou por quebrar o braço. No dia seguinte, enquanto tentava conseguir o tempo para largar acabou tendo um problema na asa dianteira e acabou saindo da pista, de volta aos boxes e fixados os problemas, saiu novamente em busca do tempo que lhe daria a chance de disputar seu segundo GP. Foi quando uma peça da asa dianteira se soltou logo após a curva Tamburello, de altíssima velocidade, o carro ficou descontrolado e saiu com muita velocidade na curva Villeneuve. Atingiu o muro de proteção com uma força impressionante. A cena na hora chocou seus companheiros do Paddock. Foram inúmeras fraturas no crânio e no pescoço, retirado do carro foi de helicóptero para o hospital de Bolonha onde poucos minutos depois foi declarada a sua morte. Era o fim da vida de um piloto que estava realizando um sonho justamente na temporada mais confusa, insegura, e na equipe mais despreparada que poderia existir. Isso até me lembra uma frase de Leslie Bruce McLaren (que ironicamente morreu num acidente em Goodwood numa sessão de testes em 70) que em algum momento de sua vida que enunciou algo mais ou menos assim:
"Fazer algo bem vale tanto a pena que morrer tentando fazer algo melhor não pode ser considerado loucura. A vida é medida por realizações e não por anos."

Roland Ratzenberger Unfall Imola 1994